sexta-feira, 15 de abril de 2011

E lá fora... há luz!

Yann Tiersen - Coma

Fico pensando nos medos que temos na vida. Nas reais inseguranças. As minhas são múltiplas, fato, mas existem umas poucas que realmente me abalam e entristecem.
Tenho medo de ser vazio.
Temo que eu seja leviano nas coisas que faço, nas palavras que digo, no conteúdo que carrego e que transmito ao mundo. Temo que não steja absorvendo o suficiente de cultura, e sabedoria à minha volta. Não me refiro a informação, não, sabedoria sim. Temo que passe desapercebido por um mundo em que tudo é perceptível a olhos atentos.
Minha suposta complexidade, arte, visão e meu especial...não sei se realmente fazem parte de mim. Temo que acredite em várias verdades que não são minhas. Como num belo espetáculo em que todos me acham épico, especial, artístico e complexo, mas na verdade se desapontam quando veem que na verdade o ator é extremamente simples, bobo, sem graça e tão...tão...Normal.
Temo pela minha insegurança. Ple aminha incerteza. Temo que ela tome meu coração e me capote na vida. Temo que eu fique tão cheio de dúvidas criadas pela minha própria cabeça que enlouqueca perdido num mundo que não dá pra entrar. Temo que ninguém mais me tolere nessa estadia, e que quando o real ator se revelar todos corram, por tamanha bizarrize corriqueira que há de se revelar.
Eu...eu sinto tanto essas coisas dentro de mim. Sinto com amor minha arte, com aceitação minha complexidade, com bons olhos minha anormalidade, minha estranheza e com muito orgulho ser especial...e temo tanto...temo tanto que isso tudo que mais prezo em MIM não seja MEU. Seria como arrancar meu órgão mais vital antes mesmo de eu nascer. Seria como relegar comida a um esfomeado. E temo tanto que há única pessoa responsável por essa catástrofe de acontecimentos e consequências seja a mesma...eu.
Não quero que tudo seja em vão, não quero ser leviano, nem vazio ou fraco. Sei muito bem que no meu suposto ponto forte, também carrego meu maior ponto fraco. Eu sou o melhor e pior de mim, de todo. Mas temo que minha frequência não seja boa o bastante...para mim mesmo.
Temo que um dia, já cansado de carregar meu próprio túmulo eu me renda a essa já predispota depressão e caia no esquecimento.
Temo que tudo no mundo acabe...
Temo que meu mundo acabe.
Sinto por temer tanto, tendo tanto, e por saber que aprecio o sentimento de temeridade.




Temo não ser eu...nem pra mim mesmo.