quarta-feira, 20 de março de 2013

Minhas mãos estão vermelhas. Vermelhas do meu sangue. Vermelhas e eu não quero lavá-las. Quero vê-las vermelhas ardendo. Perdi meu chão. Estou sem rumo. Em vão tento buscar nos velhos muito velhos hábitos o encontro de algo que me fortaleça. Só me entristeço por ver um passado infeliz, e um passado próximo tão bom, tão perfeito, e intocável.

Perdi meu lugar no mundo.Desilusão. Ilusão. Instinto pollock na parede tentando tirar de mim e cuspir em gotas de tinta tudo o que tenho medo de sentir, de aceitar. Não consigo aceitar. Me atormenta e mata. Quero desesperadamente voltar. Preciso. Não se aprende a amar, se ama, e se sonha com um futuro a dois e de repente se destrói tudo isso. Não é assim, não pode ser.

Como se tira o que você seu tudo do seu coração?

Ele não pode querer isso. Não posso esperar, devo espaço, devo respeito, mas como posso não criar expectativas?

Sem mais vontade de escrever.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Lost?

Ás vezes me pergunto, o que falta; A máxima de que nunca se está completo é verídica.
Estou perdido, não sei se é momentâneo, não sei se é pra sempre, não sei. Por ora tudo o que deveria saber, não sei. Não sei quanto a nada, sobre nada. Sei pouco de quem sou, e muito menos agora do que realmente me faz feliz. Sei quase nada sobre o que está a minha volta e sei muito menos o que fazer com tudo isso.

Só sei que nada sei, sim bem por aí.

Não saber, é muito ruim e escolhas são péssimas. Não sei, só não sei. Se vejo sentido, se vejo aspiração, se vejo...

Enxergo, mas ver?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Hora de andar...

A gente sempre pensa em ir, mas nunca pensa nessas coisas. No adeus. Os amigos dizem que não é um adeus, é um até logo. E agora que ele aparece, parece o tormento da mudança voltando. Parece que o velho torpor volta a atacar e assediar mentes fracas. Sei que não será como antes...não...não será.
Agora EU quero mudar, vou estudar numa universidade o que EU quero, numa cidade MUITO legal.
Esse pode ser um fim, de parte da minha jornada. Mas meus próprios passos só estão começando a serem escritos, de agora em diante, quem faz meu futuro sou eu, pro bem ou pro mal, pra ascensão ou fracasso, pra levantar todas as manhãs, ou desistir a cada pedra no caminho.
Sei do silêncio que há em mim, que amizades duradouras, prevalecem pela distância, sei pois vivi isso, e viverei por muito tempo com as pessoas certas, com as amizades certas. Não temo quanto aos amigos, não tanto como temi outrora...
A falta de convivência, será sim sofrida, tanto dos que conheço há exatos dois anos de estadia, como a de coadjuvantes que apareceram há meses e fizeram acampamento no meu peito. As risadas, o jeito, o humor e todos os hábitos em conjunto.
Sei que devo muito à essa cidade a que vim forçado e saio de cabeça erguida. Me decepcionei, sofri, chorei muito, levei tapas (um em especial, literal), e sangrei...mas em troca, também amadureci, cresci, em tamanho e em maturidade, envelheci, fiz amigos, sorri muito, dancei, gargalhei muito, e fui muito feliz. Vim, vi e venci, afinal.
Agradeço muito a todos os meus amigos atuais, colegas que se perderam no meio do caminho, inimigos também e familiares, que me ajudaram durante toda essa mudança, que sustentaram uma forte barra por mim e comigo todo esse tempo, e que tornaram de mim o que sou nesse texto.
Espero que todo o aprendizado seja útil na próxima, e que eu possa me lembrar do que aprendi com cada espírito de luz que cruzou meu caminho nessa cidade maravilhosa.
Desculpem-me por minhas falhas, meus erros e minha porventura injustiça com algum de vocês, sou muito grato a todos, independente do momento ou local que nos conhecemos e vim a decepcioná-lo, quero que saiba que sinto muito, e que agradeço por sua presença em minha vida.
Sem mais, espero que a nova cidade seja realmente a última escala para a GRANDE São Paulo dos meus sonhos mais profundos, e que nessa estadia um pouco maior que Rio Preto, mas igualmente intensa (ou mais) eu possa ser muito feliz, acima de qualquer desejo.
Agora começo, com toda a felicidade do mundo, a viver arte, sem mais. Obrigado Deus.
Obrigado a todos vocês, por tudo.

O Curinga já descansou e se apegou demais, é hora de voltar a caminhar e fazer jus ao sobrenome:
Andarilho.



P.S: 101º Texto (\o/)

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Essencial


Carmella – Beth Orton

Eu saía do metrô. Essa música me ocorreu, e por algum motivo eu quis acreditar que o modo aleatório do Bill, tinha um quê transcendental de vez em quando. Parei pra esperar uma grande amiga chegar, e passei os lhos, rápidos, invisíveis, e impensáveis por todos. Todos mesmo. Todos à minha volta eram ligeira e educadamente revistados por olhos sagazes que esquadrinhavam o ambiente. Vislumbrava em cada um daqueles seres humanos o toque de vida que cada um dispunha. A vida inteira pela frente, as histórias pessoas de cada um, as particularidades de cada ser humano. A vida de repente mostrou que havia algum sentido em toda a correria, em toda a multiplicidade, em toda a diferença de cada um, enfim pareceu que algo faz sentido na correria, na variedade, na vida mesmo. Veio-me a mente que cada um daqueles pequenos e ínfimos seres humanos tinha seu papel, seja numa sociedade variada de uma cidade, de um país, de nosso planeta ou quisá no universo. Pareceu idiota, e pobre da minha parte a partir daquele momento ignorar a variedade e divina importância de cada um no meu cotidiano. Pareceu heresia desvalorizar o trabalho de qualquer ser vivo nessa rede conectada e gigante que une a todos nós. Tudo fez sentido afinal, foi uma revelação. De algo que havia de se mostrar pra todos, pra termos ideia constante e irrestrita do quanto somos um só coração, uma só célula. Depois que a amiga querida chegou, parei pedi que fechasse os olhos, lhe coloquei os fones, e ela fez o que pedi, abriu os olhos e olhou rápida e educadamente pra todos a sua volta. Éramos dois em meio há algumas centenas que passaram por ali, correndo, rugindo, e bravejando por um lugar ao Sol, nós parados, olhando-os sem ao menos eles perceberem, eles corriam afobados com sua pressa sem fim, e nós dois, tendo uma baita revelação. Mal sabíamos nós que o dia que seguiria seria cheio de revelações quanto a necessidade de cada ponto no crochê da vida.

Aeroporto de Curitiba, Paraná. 11:17 – 19 de julho de 2011

A sensação volta. A certeza de que não é nada passageiro. A certeza de que uma noção, uma lição de humildade foi aprendida, e que certamente deve ser aplicado com vontade. Desde a moça que passa o pano no chão à minha frente até o piloto consagrado que fala no telefone ao meu lado e carrega seus objetos caros e desnecessários. Todos têm de fato seu papel nesse aeroporto, em suas casas, em seu país, e nesse universo pequeno. Todos somos formigas sim, mas iguais em importância, ainda que pareça mentira, somos todos iguais em importância, e bens materiais continuam não dizendo nada sobre essa importância. Os papéis que executamos são essenciais a alguma parte em algum momento, mas tranqüilizem-se, certamente somos especiais e necessários. Todos nós. Mesmo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Incompreensível como Clarice

Enquanto o líquido descia ainda amargo e morno por minha garganta eu fitava as pessoas. Numa incompreensão inatingível. O modo como falavam, bebiam, por vezes comiam, se portavam em bando. Não entendia. Olhava o carpete já surrado, a disputa intraespecífica por sentar em uma daquelas poltronas, e se jogar numa comodidade importada. Eu era um deles afinal, estava ali no meio, bebendo, disputando, vivendo. Tentei sair de casa e encontrar nos trilhos, na fumaça, no rosto desconhecido, no café forçado, a resolução pra algo, o ouvido pra algo, a saída dessa torpe situação em que me encontrei.

Tento falar e a garganta fecha, é uma imcompreensão das quatro paredes. Clarice me diz algumas sábias palavras, que por mais que me toquem, e me distraiam, como era o objetivo inicial, não me tiram da solidão.
Recorri a todos os meus amigos, nenhum deles me atendeu, me guardei pra mim, endurecido afinal. Amadurecido? Duvido. Só endurecido por estar noutra realidade.
Acabo de perceber que perdi todo o deslumbramento, todo o maravilhamento que tinha com as coisas...a vida mesmo na cidade mais querida fica cinza. O que é esse mal que insiste em nublar minha vista? Será que não sou artista e não tenho o maravilhamento com tudo, sempre, como deveria ter? Será que não sou diferente? Será que a vida é isso mesmo, daqui pra frente, sem mais graça, sem mais divertimento e surpresas no caminho pro infinito? Será que ISSO é virar adulto...?
Esse olhar das pessoas, essas verdades pressupostas, detesto isso...tudo isso. Detesto ter de fingir algo que não sou, quando tenho que...
Detesto ter que viver dias assim...
A tal mulher se contentava só com o viver, só com seu estar vivendo. Em seu mundo da janela, mesmo perdendo o marido, se achou dentro de si mesma. Depois que viu que era pouco, morreu de uma morte bonita, pra dentro de si, e continuou só o corpo, a vagar, a falar, a comer e defecar. E a mim? O que me resta como viver? Temo que não tenha essa beleza, ainda que com prazo de validade, de ser feliz só por viver, ainda mais quando esse viver cinza e ácido insiste em assolar dias que TINHAM, tinham mesmo que ser muito coloridos.
Não sei o que tá acontecendo...
Quero uma privacidade de não saber quem sou, e agir como for...sem esses olhos variados e famintos sob minhas costas me privando de sentir o que sinto, de viver o que devo e de fazer o que quero.
Bah...chega vai.

domingo, 26 de junho de 2011

Eu to voltando pra casa...


Está chegando. Aquele pulsar vibrante. As veias se dilatam, o sangue corre violentamente sem se chocar com nada. O limite.
A felicidade do aconchego, da cidade perfeita e tua, das pessoas que você gosta, da liberdade no ar que vcê tanto almeja.
Ver os pilares, ver colegas, ver família...Ver gente como você. Gente que consegue te pegar no colo. Ver gente diferente, gente artística....ARTE! VER ARTE! Que saudade da arte!!
Ver tudo que pode ser visto, aproveitar tudo nos seus limites, de toda a glória e felicidade possíveis.
Estar em São Paulo sempre é o limite de todo o tempo, o aproveitamente de toda a hora, e a sensação de todo o mundo perto, muito perto do seu coração.
É ver em vãos janelas pro mundo, é ver em túneis canais pro infinito, é ver em grafites verdadeiras obras de arte, é ver em concreto puro sua verdadeira casa.
Eu amo você, e amo tudo o que você è pra mim. Amo o que ainda vou viver com você e o quanto me entende mas do que qualquer outra.
No limite da Glória eu vou, buscando aproveitar o máximo tudo que o melhor de mim pode oferecer, tudo que meu berço pode oferecer, tudo que minha maravilhosa São Paulo pode oferecer sempre, à um bom filho que saudosamente a casa visita.

The Edge Of  Glory...Trully!

terça-feira, 14 de junho de 2011

O papel principal nas veias - sem ponto, com reticências...sempre


Além de qualquer expectativa. O início o fim e o meio. O resumo completo. A complexidade simplificada. A razão encontrada. O tudo. A magnificência. A revelação total. A necessidade espiritual. O descanso mental. O tempo corre devegar, por incrível que pareça, corre devagar. Os olhos piscam com lentidão, tudo fica em câmera lenta. Menos o falar, continua latente. A palavra penetra. Nos confins do subconsciente, no âmago, na boca do estômago, reverbera pelo corpo causando nostalgia antes mesmo de terminar a última sílaba. O jeito único. O toque incomum. A observação boba. O aprendizado prazeroso. O enigma excitante. A admiração profunda. O conhecimento desconhecido. O incontrolável pleno. A felicidade do pensar. A ausência do saber. A completude por conhecer. O ato natural. A fumaça guiada. O gosto mutável, mutante, mundano, único. A incerteza no futuro. A sapiência do sentimento. A divinização do ser. O egoísmo do pulsar. O papel principal nas veias. O sofrimento pelo incerto. O gosto viciante. A espera demorada. A calma no olhar. A certeza no falar. A sabedoria no pensar. A profundidade no sentir. O pleonasmo como ídolo.


Muito mais do que anos podem me permitir ver.