Summer 78 - Yann Tiersen
Os tempos mudaram. Eu me sinto diferente, cada dia para mim parece diferente... Sair da indiferença do colégio, e da monotonia irritante de ser comandado, de ser guiado, de ser obrigado, sair de tudo isso me deixa respirar...
Não posso dizer que nunca fui mais feliz...mais tempos melhores estão por vir...disto eu tenho certeza.
Quero também explicitar o quanto eu me incomodo com o quão sérias as coisas tem se tornado...esse incômodo com as coisas simples que devo fazer, são as chamadas responsabilidades pesando sobre meus ombros e me prendendo. Pior do que outrora, desta vez eu não posso reclamar com a mão adulta que me empurra algo, pois a causa da maior parte das minhas responsabilidades são minhas escolhas. É enfadonho saber que vai ter grandes partes ruins na sua vida por conta das coisas boas que você decidiu ter. Tenho medo de nesse turbilhão de responsabilidades, e obrigações para comigo mesmo, eu me esqueça de ser crítico, me esqueça de ser espontâneo, me esqueça de viver do jeito que eu gosto, me esqueça de como é ser um artista e me surpreender com as obviedades, ser difícil de agradar, ser imprevisível, de ser bobo e incompreensível na maior parte do tempo...tenho medo de deixar de ser eu, de me tornar adulto enfim.
Sem nenhuma relação óbvia, eu gosto da minha melacolia...tem algo de bonito e muito puro nela. É uma forma de eu me encontrar, de conversar comigo, de me entender, de mim... Eu gosto do meu jeito de ser, acho sim que tem uma grande lacuna entre o que sou e o que gostaria de ser...e eu ainda não tenho opinião formada de o quão grande ela pode ser ou se pode ser transposta. Eu realmente me indago sobre a opinião das pessoas...tipo, acho incrível gente que tem opinião forte, princípios definidos e que seja auto-confiante, e imagino que essas pessoas tenham tido que pensar muito sobre tudo pra serem tão concretas...e me pergunto se o que falta em mim é o pensar...mas acho que esse blog responde à essa pergunta.
Quero aprender a equilibrar tudo o que eu quero, com tudo o que eu sou e com tudo o que é mutável na minha vida...quero saber viver à minha maneira, e quero ser seguro de mim em toda a minha insegurança e incompreensão. Quero viver...anda!