Sabe aquele tipo de coisa que você achou que nunca fosse alcançável? Da mais simples á mais complexa. Seja ir num restaurante chique ou passar na melhor faculdade do país. Pois eu não acredito mais nisso.
É irônico como tudo uma hora faz sentido. Dá até raiva ás vezes. Me sinto tão atado a nós do destino que me levam pra onde quer que seja me faz sofrer e uma hora me faz ver o quanto foi bom. Será que isso quer dizer que eu sou imaturo demais ainda pra entender de cara o porquê?
Bem. A tal mudança já tão comentada e fomentadora de diversos e produtivos textos trouze algumas novidades. Trouxe a negação ás impossibilidades.
É uma parte gostosa até. Saber que coisas ás quais você sempre admirou e quis ter possam enfim ser suas. Seja morar num apartamento. Alugar um seriado. Apertar botões no elevador. Fazer curso de inglês. Viajar de ônibus sozinho. São simplicidades que te fazem feliz. Te fazem sentir um pouco maior. Mais velho. Mais maduro. E um pouco mais poderoso. Não com realação á bens materiais. Mas á vida. Te faz sentir mais forte diante do que virá ainda nessa longa e difícil jornada. Te faz ter esperanças e vontade de viver commais frequência do que outrora. Te faz viver.
domingo, 25 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Fios.
Vejo a vida como um tear. Um emaranhado de fios. Trançados entre si, ligados, conectados. Um emaranhado de sentimentos, sensações, reflexões. Um emaranhado de pessoas. Um emaranhado de relações. Uma complexidade indecifrável. Uma fragilidade invisível. Fios por vezes finos como um cabelo, mas fortes como um cabo de aço. Fio compridos, mas muto frágeis em outros casos.Vidas interligadas. De vez em quando até vemos umas pontas soltas. E sabemos que mesmo amarrando-as de volta a relação jamais será a mesma. Ás vezes também vemos nós sem fim. Não conseguindo desatá-los mesmo empregando toda a força que temos, esses, se desembaralham sozinhos, quando essa hora chegar.
Há porém, pontas que se partem e jamais se ligam novamente. Há opçãoes que fazemos que nos remetem a consequências inimagináveis. Irrevogáveis. Imutáveis. Nesse emaranhado de fios em que nos encontramos diariamente, somos obrigados a aprender a cozer afinal. Obrigados a aprender da melhor forma possível a deixar os fios, aos quais somos responsáveis, o mais grosso e resiste possível. Torná-los bons fios. Mas essa não é uma tarefa fácil. Nos espetamos, cansamos nossos olhos, perdemos o fio que por vezes se parte, sem contar a dificuldade de aprender sozinho a costurar. Para que um dia com todos esses fios grossos e resistesntes possamos costurar nossa meta. Que com esse emaranhado inicial, seguido de um aperfeiçoamento e por fim um produto, cheguemos ao fim do novelo cheios de experiências e peritos na arte da costura.
Bem. Diante da obrigatoriedade do cozer temos, porém, nosso estilo próprio de construir a meta. De chegar a ela. E por que não algumas cores? Por que não uma blusa colorida? Ou um cobertor quadriculado? Por que não colorir um pouco os fios? Ou talvez escolher novelos de cores mutáveis? Talvez dessa forma o cozer se torne mais divertido. Talvez dessa forma o trabalho não seja tão árduo. Afinal entre uma agulhada e outra nos encontraremos com uma cor, risonha a nos alegrar. Faça das cores sua motivação. Torne a vida mais que um simples cozer. Pra que no fim, esse embaraçado tear lhe forneça bons e divetidos fios. E a arte do cozer faça o mesmo sentido que viver.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Surrealismo verídico.
Hoje vi o céu numa posição estranha. As nuvens digo. Se posicionaram em uma formação crescente, frente a frente com o Sol. Como se contemplassem a austeridade e o aparecimento do astro rei após a obscura chuva que se apossou daquela tarde. O resto do céu estava limpo, com um azul celeste comum a dias ensolarados, onde todas a nuvens provavelmente se uniram naquela adoração divina. Hoje eu olhei pro céu. Afinal.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
O menino curioso e a carpa resignada.
Sabe aquela rotineira e tão costumeira sensação do sempre que guardamos conosco e nem percebemos? Eu estou me referindo áquela sensação de quando vc tem lição pra fazer...e acha um quase saco fazê-la...ou então áquela sensação de...'putz...amanhã tem aula'....sabe? Será possível sentir falta dela? Será possível que cntra toda uma maré que diz querer mudanças e não mais sentir isso haja uma carpa que seja diferente? Que queira sentir o comum? Que queira sentir a rotina e uma vida sem surpresas? Seria hipocrisia minha dizer que existe?
" O menino estava olhando as águas gélidas descerem correnteza abaixo. Era pleno outubro e como todos os anos ele ia aquele lago com seu avô...ele nunca entendera como é que tantas carpas faziam tanto esforço todas na mesma época pra simplesmente subir o rio. Nunca compreendera o real singnificado disso. Afinal aquilo pelo qual as carpas anseavam com tanta vontade devia valer muito a pena, mas ele nunca soubera o quê.
E então daquela vez algo lhe chamou a atenção. No meio daquele cardume que nadava contra o fluxo das águas, escapava uma carpa negra. Seu corpo era esguio e completamente preto. Contrariando á natureza das carpas todas malhadas com rajadas de laranja, branco e amarela aquela se destacou. O menino permanecera observando-a até que o inusitado aconteceu. A carpa mudou sua direção. Perplexo com aquela atitude o menino se levantou agitado, tentando entender o que se passara. Será que ela havia se machucado, em meio a tantas nadadeiras? Ou batido numa pedra e morrida, sendo então levada pela água? A carpa então como se estivesse houvindo os pensamentos do garoto, se desviou para um tipo de poço raso e natural anexo ao rio, onde ela podia descansar um pouco. O menino curioso deu a volta no lago e se prostrou diante daquele negro peixe. Mentalmente o menino perguntou ao peixe o que havia de errado, afinal. 'Por que razão a carpa tinha se afastado do cardume?' Como se tivesse ouvido sua pergunta a carpa, inusitadamente lhe respodeu.
- Eu não tenho objetivos...
O menino mais preocupado com a carpa do que com o acontecimento surreal, prosseguiu o diálogo.
- Mas vocês sobem o rio anualmente... - mesmo ele não sabendo o motivo, sabia que aquilo era uma tradição - o que aconteceu esse ano contigo?
- O cardume age de forma coletiva...pensando em todas as carpas do grupo...e fazem isso anualmente para garantir a procriação de nossa espécie e a continuidade do equilíbrio natural. - Disse a carpa resignada.
- Mas se você entende tudo isso, por que então está perdida? - Perguntou o menino, esforçando-se para compreender.
- Exatamente por isso. Entendo a necessidade mas não me sinto parte do cardume. Essa tradição é eterna, mas todas as carpas fazem-na conscientes de sua escolha e dever. Mas eu não tenho algo dentro de meu corpo que me obrigue, nem ao menos me chame para a nascente do rio. - continuou - Eu não vou com eles, pois não quero a mudança...eu sou feliz ficando no meu lago, tranquila com outros peixes e numa rotina sossegada. Não quero nada mais além disso. Paz e aceitação.
- Por que você não diz isso as outras carpas então? Por que não se liberta dessa obrigação tão árdua? - disse o garoto tentando ajudar.
- Porque a vida nos obriga...a tradição...mesmo eu indo contra ela nos obriga a seguir o bando, e caso eu vá contra o cardume eu seria rechaçada, e possivelmente morreria de solidão, após o abandono pelos outros peixes. - concluiu a carpa - Me desculpe por incomodá-lo garoto...tenho que ir...nosso prazo de chegada á nascente está prestes a terminar e devo me apressar.
- Não se sinta presa a ninguém...o cardume não pode obrigá-la a tanta infelicidade... - lenvantando a voz ele disse. - Lute pela sua vida...lute pela sua liberdade...apenas....lute.
Já voltando a lentas nadadas para o rio, a carpa se virou e disse.
- Nem tudo que queremos é o que podemos, infelizmente pequeno. Afinal, quem disse que ia ser fácil?
O menino nunca mais esqueceu sua conversa com a carpa. Nunca se esqueceu daquela corpo esguio que sofria por não poder. Nunca mais se esquecera daquela última piracema que ele vira. E do real significado de ir contra a correnteza."
" O menino estava olhando as águas gélidas descerem correnteza abaixo. Era pleno outubro e como todos os anos ele ia aquele lago com seu avô...ele nunca entendera como é que tantas carpas faziam tanto esforço todas na mesma época pra simplesmente subir o rio. Nunca compreendera o real singnificado disso. Afinal aquilo pelo qual as carpas anseavam com tanta vontade devia valer muito a pena, mas ele nunca soubera o quê.
E então daquela vez algo lhe chamou a atenção. No meio daquele cardume que nadava contra o fluxo das águas, escapava uma carpa negra. Seu corpo era esguio e completamente preto. Contrariando á natureza das carpas todas malhadas com rajadas de laranja, branco e amarela aquela se destacou. O menino permanecera observando-a até que o inusitado aconteceu. A carpa mudou sua direção. Perplexo com aquela atitude o menino se levantou agitado, tentando entender o que se passara. Será que ela havia se machucado, em meio a tantas nadadeiras? Ou batido numa pedra e morrida, sendo então levada pela água? A carpa então como se estivesse houvindo os pensamentos do garoto, se desviou para um tipo de poço raso e natural anexo ao rio, onde ela podia descansar um pouco. O menino curioso deu a volta no lago e se prostrou diante daquele negro peixe. Mentalmente o menino perguntou ao peixe o que havia de errado, afinal. 'Por que razão a carpa tinha se afastado do cardume?' Como se tivesse ouvido sua pergunta a carpa, inusitadamente lhe respodeu.
- Eu não tenho objetivos...
O menino mais preocupado com a carpa do que com o acontecimento surreal, prosseguiu o diálogo.
- Mas vocês sobem o rio anualmente... - mesmo ele não sabendo o motivo, sabia que aquilo era uma tradição - o que aconteceu esse ano contigo?
- O cardume age de forma coletiva...pensando em todas as carpas do grupo...e fazem isso anualmente para garantir a procriação de nossa espécie e a continuidade do equilíbrio natural. - Disse a carpa resignada.
- Mas se você entende tudo isso, por que então está perdida? - Perguntou o menino, esforçando-se para compreender.
- Exatamente por isso. Entendo a necessidade mas não me sinto parte do cardume. Essa tradição é eterna, mas todas as carpas fazem-na conscientes de sua escolha e dever. Mas eu não tenho algo dentro de meu corpo que me obrigue, nem ao menos me chame para a nascente do rio. - continuou - Eu não vou com eles, pois não quero a mudança...eu sou feliz ficando no meu lago, tranquila com outros peixes e numa rotina sossegada. Não quero nada mais além disso. Paz e aceitação.
- Por que você não diz isso as outras carpas então? Por que não se liberta dessa obrigação tão árdua? - disse o garoto tentando ajudar.
- Porque a vida nos obriga...a tradição...mesmo eu indo contra ela nos obriga a seguir o bando, e caso eu vá contra o cardume eu seria rechaçada, e possivelmente morreria de solidão, após o abandono pelos outros peixes. - concluiu a carpa - Me desculpe por incomodá-lo garoto...tenho que ir...nosso prazo de chegada á nascente está prestes a terminar e devo me apressar.
- Não se sinta presa a ninguém...o cardume não pode obrigá-la a tanta infelicidade... - lenvantando a voz ele disse. - Lute pela sua vida...lute pela sua liberdade...apenas....lute.
Já voltando a lentas nadadas para o rio, a carpa se virou e disse.
- Nem tudo que queremos é o que podemos, infelizmente pequeno. Afinal, quem disse que ia ser fácil?
O menino nunca mais esqueceu sua conversa com a carpa. Nunca se esqueceu daquela corpo esguio que sofria por não poder. Nunca mais se esquecera daquela última piracema que ele vira. E do real significado de ir contra a correnteza."
Talvez nada disso tenha a ver. Talvez tenha sido só uma vontade (outra) de escrever uma narração e desabafar. Talvez nem esteja bem escrito. Talvez ninguém leia. Talvez ninguém comente. Talvez nem adiante. Talvez....talvez a carpa esteja viva ainda. Talvez lutando por si mesma. Talvez seguindo a tradição. Talvez devêssemos todos fazer somente o que gostaríamos sem pensar no cardume.
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