sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um poço de ilusões ou verdades.

Música imprescíndível: Requiem For A Dream - Clint Mansell



Olhava para o horizonte. Quieto. Calmo. As nunaces rosas se misturavam com outras alaranjadas. Nuvens chamuscadas enfeitavam-no com aquele crepúsculo divino.


'Dizem que é a poluição que faz essas cores...alguma coisa boa, acho.'


Refletia sobre sua vida. Esse encontro, era algo um tanto sacro. Como um contato ínfimo e menos distante com o Ser supremo.


- Refletir, é um tanto difícil e dispendioso... - falava ele ao vento que o tocava.


O que mais lhe vinha à cabeça eram as pessoas. A forma como elas são. A forma como ele mesmo era. Ou se mostrava ser.


Refletia sobre a não autenticidade das pessoas. Sobre essa falta de si mesmo que há em cada um de nós.


De repente, se viu. Como uma réplica, viu a si mesmo, olhando dentro de seus próprios olhos, e então o seu outro eu começou a falar.


" Como você age diante das pessoas?


Ser si mesmo, por mais simples que pareça, raramente é feito!


Quantas vezes você, já não se submeteu a opnião de alguém?


Quantas vezes não fez isso, por alguém que você admirasse tanto a ponto de mentir à si mesmo?


Eu sei, na hora, é o que parecia certo, pelo menos para você.


Mas uma hora você se arrependeu....é, você sabe disso.


E agora, olhando a si mesmo, o que diria?


Foi por vergonha, cansaço, diga algo pra si mesmo!"


- O que é isso agora? Um interrogatório interno? Quem te deu permissão pra me julgar? Você afinal é eu. Se eu deixei de fazer algo, você também deixou. Não é?


" Não.


Eu só sou sua consciência.


Sou algo dentro de você, que sabe o real valor das coisas, as respostas pra quase tudo, o motivo dos acontecimentos, as repercursões de tudo o que você faz.


Mas eu não posso, nem nunca agi por você.


Eu sim, sou refém de você.


Mas no ponto em que você está, precisou de uma interferência."


- Quem disse isso? Quem acha que eu preciso de uma interferência? Você? Quem fez essa piada de mal gosto comigo? Não preciso de interferência nenhuma, você é só uma ilusão!


" Apenas ouça.


Ouça com atenção, pois é bem provável que você nunca mais me verá.


Olhe para sua vida.


Você que se gaba tanto de originalidade, criatividade, que tem tanto orgulho de ser quem é.


Por que se ilude dessa forma?


Por que não mostra realmente ás pessoas o que você é?


Medo? Vergonha?


Vergonha de si mesmo, você e eu, sabemos que você não tem mais.


Então por quê?


Você, por hora, não saberá essa resposta.


Mas pensará. E no mais, eu estarei aqui.


Você me sentirá em algum momento.


Dentro de sua mente, de seu coração e de sua iniciativa.


Tome uma decisão.


Você é quem você é, não tenha vergonha disso!


Mostre as pessoas o que elas perdem com isso.


Você não vai, de jeito nenhum, agradar à todas.


E isso, meu eu, é impossível.


Mas você será melhor pra si mesmo.


Será melhor.


Você se sentirá como cumprindo uma tarefa pessoal."


- Não sei, é estranho pensar em ilusão. Pensar que apesar de tudo não fui eu mesmo, mas você parece estar certo. Ja me senti assim algumas vezes...


"Essas vezes, foram eu quem me mostrei pra você, você me sentiu, open your eyes, breath me, sedento, undisclosed desires...todas essas vezes, em todos esses momentos de lucidez, em todas essas produções eu estava aqui."


- Mas...........é verdade. O que sinto agora, é o mesmo que senti nesses momentos. Agora é tudo mais resignado parece, sem tanta euforia de antes.


" Você está amadurecendo, maturando essa ideia, sintetizando ela. Está aprendendo com seus momentos de lucidez.


Eu te suplico, meu tempo está acabando aqui, seja você mesmo.


Por mais estranho quevocê seja, por mais cheio de defeitos, por mais simples, complexo, seja você mesmo.


Não sou os outros que tem que gostar de você!


É você mesmo.


Sempre será.


Pois os outros passam, você sempre ficará conseigo mesmo.


E ser você mesmo garantirá um bom casamento consigo mesmo, pra toda essa vida pelo menos.


As pessoas que ficarem, valorize-nas. Aceite-as, assim como elas te aceitarão por você ser quem, e como é.


Seja feliz, e lembre-se que sempre pode contar comigo. Estarei no lugar dentro de você. No lugar onde tudo isso sempre será lucidez."


- Eu....e-.........


A imagem desaparecera, o menino ficara. E tudo o que via agora era o horizonte. Nunaces rosas e alaranjados em nuvens chamuscadas. O sol se pondo, a lua saindo para brincar. Um momento de lucidez. Um único momento de lucidez pra toda uma vida. Agora era pra valer.



sexta-feira, 14 de maio de 2010

Open your eyes.

Ao som extremamente necessário de: Snow Patrol - Open your eyes

"-"Cansei de mim mesmo!" - A frase fez o garoto despertar para o que realmente sentia. Para tudo aquilo que o aflingia há tempos e não havia achado explicação ainda. Até aquele momento.
Palavras precisavam ser ditas, sempre. Em caso adverso, aquilo se entalava nele e o sufocava como se sua glote fechasse à entrada de ar. Era exatamente isso. Sufocado, era como aquele garoto se sentia. O mundo parecia ter virado 'de repente' e esqueceu de lhe avisar.
Enquanto a vida passa, ele se contenta com pouco, para não sofrer em busca do muito. Se contenta com o fácil. Com o próximo. Ou pelo menos se faz crer que aquilo será melhor assim. Com a aprovação e felicidade de tudo e todos.
Uma repentina voz gritou em sua mente:
- Abra seus olhos! - e aquilo reverberava por sua consciência e inconsciência - Abra seus olhos!
O garoto ouvia a frase repetidas vezes. De novo e de novo e de novo e de novo. E a inércia se acometia dele e o tornava estático. Prendia seus pés aõ chão como raízes musculosas de uma figueira fariam. E então a voz parou.
Tudo desabava a sua volta e o garoto se via sem ar e sem movimento.
- As aparências enganam, afinal. - dizia uma irônica voz em seu ouvido, um susurro tão cheio de si que o fez arrepiar-se todo.
Ele olhava máscaras de algum material desconhecido no lugar onde deveria estar a face das pessoas a sua volta. Um material resistente, que insistia em permanecer inerte ao passar dos anos. E desenhada nas máscaras as mais maldosas repreensões que se podia conter no semblante humano. Dó. Desprezo. Apatia. Ignorância.
Uma a uma as máscaras se reuniram em torno dele. O garoto estava sem ar, sem movimento e sendo julgado.
Aos poucos, sua visão começou a falhar e tudo escuresceu.
Quando o garoto recobrou a consciência (ou o que quer que estivesse no lugar dela), ele estava num palco. Num grande palco, com um único foco em cima de si mesmo. Olhou em volta e a inércia, a falta de ar e os macarados tinham desaparecido. Não consiguia destinguir onde era platéia e onde era o fundo do palco. Tudo estava numa escuridão reconfortante.
Sentiu de repente um acréscimo de energia dentro do peito, que a essa altura pulsava num palpitar incessante enquanto se setnia emocionado cada vez mais.
'estou ficando louco' pensava ele, com os olhos mareados e sua boca quase explodindo de vontade de gritar. E então veio. O Monólogo:
- Cansei de vocês. De todos vocês. Não me importa mais nada. Só quero estar onde eu me sinto bem, feliz e reconfortado. Só quero estar onde as pessoas me amem. Só quero estar com elas. - Gritava ele com tanta voracidade que gotículas de saliva saltavem de sua boca - Não acredito mais em nada, não quero mais nada disso. Tudo a minha volta me distrai e me afasta do que eu amo e de quem eu amo. Não quero mais ter que lutar. Meu corpo não aguenta mais. Minha mente não aguenta mais. Chega disso tudo já!
Respirando fundo ele recomeçou:
- Vocês me fizeram acreditar que isso é o que sou. Mas esse determinismo maldito me molda de uma forma que não sou. Cansei de fingir. Cansei de tentar agradar. Cansei de tudo isso. Já chega! Vão procurar outra comédia, porque esta aqui já acabou! O que represento pra mim mesmo é muito mais do seus podres e alienados olhos podem compreender. Não preciso agradar a ninguém aqui, e não o farei mais. Isso é uma promessa interna. - As lágrimas escorriam por seu rosto e gotejavam em seus pés - SÓ O QUE QUERO É SER FELIZ. TER OS QUE AMO AO MEU LADO, E FAZER O QUE QUERO. NÃO ME JULGUEM POR ISSO, NEM POR QUE EU SOU. VOCÊS NÃO ME CONHECEM, NÃ SABEM NEM METADE DO QUE EU VIVI, NEM COMO EU VIVI. ENTÃO CHEGA DISSO. NÃO AGUENTO MAIS E NÃO VOU MAIS ATURAR.
Então o menino caiu. Nenhum som era ouvido a não ser seu pranto. Ele soluçava enquanto lágrimas escorriam. Sua somrba no chão o lembrava de onde estava. 'Sozinho enfim.' E então ele olhou para a frente, mesmo sem saber onde era a devida frente. E como ilusões começaram a aparecer faces. Rostos conhecidos por ele. Um a um se formaram em um círculo em torno dele. Começando pelos pés, ele se aterrorizou ao imaginar que os mascarados haviam voltado. Mas dessa vez não. Os que ali estavam eram os amados.
E então um a um foram aparecendo. Nana, Gabi, Gleyce, Angela, Marina, Fernanda e Natana. Em torno dele. Junto a ele. Observando ele.
Seu choro intensificou e então cabisbaixo chorou. Chorou por um tempo que nãose pode determinar em outras épocas. Chorou como se isso fosse o bastante para viver. Como se isso fosse o bastante para estar ali e permanecer ali.
Quando tudo estava definitivamente perdido e triste o menino levantou a cabeça e viu além. Atrás daquelas 7 pessoas outras apareciam. Outras amadas. Nicole, Luciana, Thiemy, Nathália, Bruna, Mayra. O menino não compreendia porquê tantas pessoas estavam ali para julgá-lo. E então para sua surpresa uma a uma as pessoas fora do círculo lhe enviaram beijos com a palma das mãos. Ele sentia como se cada beijo fosse em suas bochechas e um acréscimo de força era somado a ele. Nada comparado ao necessário para ele se levantar, mas aquilo já lhe deixou surpreso.
Terminados os beijos, o menino tentou sorrir. E então cada uma das 7 pessoas estendeu sua mão. Estendeu-a com direção ao centro do círculo onde o menino jazia caído e triste, perdido em um mundo que não se podia entrar. Uma a uma. Uma a uma. O menino foi acometido de energia novamente, mas desta vez tão forte e tão intensa que o fez ajoelhar-se. A cada segundo mais se lavantava um pouco com aquele prazeroso fluxo que se estabelecia. Então todas as 14 mãos ali presentes o levantaram. Cada uma segurava-o em um ponto vital e o acrescia de mais energia, de mais força de vontade e esperança.
Quando o garoto se levantou a platéia se iluminou e os rostos sumiram. Mas a energia não. Ela contiuou lá. Na platéia as máscaras se encontravam, e uma a uma elas foram se quebrando. Com o olhar do garoto elas trincavam e explodiam em milhares de pequenos pedacinhos. Uma a uma se explodiram todas.
A visão lhe escuresceu de novo e quando abriu os olhos estava em sua cama.
'Tudo não passara de um sonho...que droga!' - Pensou o garoto em represália a se permitir tanta ilusão.
Assim que se levantou e olhou para seu criado-mudo "acordou" do eterno sonho em que se encontrava.
Como uma pedra preciosa, jazia um pequeno pedregulho, que ele sabia, era o material das tão temidas máscaras.

- Abra seus olhos! - Uma útlima vez pulsou em sua mente."

domingo, 9 de maio de 2010

Só por hoje...me deixem.

Isso me estranha. Acho que eu não sou assim. Mesmo acabando aquela parte de uma forma feliz, eu continuo, ou na verdade me faço trsite ainda assim. Essas coisas não tem mais motivo. Me vejo fugindo de tudo o que é feliz, e deixando toda a tristeza entrar em mim, permitindo, querendo até.

Só quero ficar quietinho no meu canto. Sem ninguém. Só com músicas tristes e pensamentos vagos. O vazio ja se torna amigo. Alguma parte muito sádica de mim deseja ficar trsite sempre, acha que isso é bonito, legal. E assim eu continuo. Ao mesmo tempo que m vejo crescendo e doendo, vejo que estou me afastando das pessoas que amo.

Vejo que elas amadurescem e caminham pra frente, enquanto eu estanco. A Natana ja está inconstestávelmente adulta e me dá muito orgulho e felicidade por ela. Mas ao mesmo tempo me dá um desespero, por eu não estar, e principalmente por eu não encontrar aquela menina, aquela MENINA que eu conheci ano passado. Isso não sobre você meu amor, não se preocupe, nem se encha.

E então é só o que 'temos' pra hoje. A trsiteza tomando conta, a preguiça e a inveja. O dia é opra ficar sozinho, lendo, ouvindo música, curtindo a tristeza. Ainda que saiba que posso contar com 8 magníficos amigos, hoje só estou pra mim. Nossas vidas vão seguir rumos diferentes e isso me causa muito medo. Mas só por hoje não quero ver ninguém.

"Só por hoje não vou tomar minha dose de vocês. Cansei de chorar feridas que não se fecham, que não se curam. Essa abstinência uma hora, vai passar."

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Reflexões juvenis de um adolescente em {constante} crise

Ao som de : Love Will Come Through - Travis


Muita coisa aconteceu ultimamente. Não posso, nem vou dizer que são coisas ruins. Creio que tudo na vida tem um motivo, acredito mesmo nisso. As coisas acontecem com um propósito. Seja ele visível agora ou não, acontecem, e um dia certamente, muito certamente farão sentido sabe.

Problemas todos temos. E como me disse uma jovem sábia, todo problema é grande. Grande porque ele é seu, não importa qual seja. Grande porque é você quem está sentindo. Achei muito digno isso. Não vale comparar problemas. Assim não pode.

Tenho visto cada vez mais que meu 'dom' de ouvir e ajudar as pessoas tem se destacado. Tem sido usado com mais frequência. Vejo que eu estou vivendo com mais intensidade. (como seu eu precisasse, éh.)

Consigo ver a vida como um grande seriado. Não to sendo viciado, nem hipócirta. Pelo contrário estou sendo bem realista. Vejo que todo mundo tem problemas. Vejo que as pessoas realmente são diferentes sabe? Que elas realmente têm gostos diferentes. E acho que depois que você compreende isso, não tem mais como haver preconceito. Não deveria ter como.

Aquela tirinha que dizia "mais um que vai expôr sua intimidade na internet", ela bem que revelou algo que ja senti, sabe. Ja disse isso num outro texto, sobre achar que deveria excluir o blog, devido ao grande fluxo de pessoas nele. Mas hoje não ligo sabe.

Aliás, tenho ligado cada vez menos. Tô muito orgulhoso comigo mesmo por isso. Tenho me dado orgulho com frequênica, o que é bom, acho. Mas realmente tenho me importado menos com o que as pessoas acham, com o que elas pensam, questionam, ou inferem, como preferir. Estou preferindo a mim. Enfim isso tá bem visível, mais visível que nunca. Gosto de pensar que não ligo pra o que pensam de mim, gosto de acreditar nisso, ainda mais sendo verdade. Amo meu jeito descontraído e a minha própria vontade. Amo poder fazer as coisas que eu goste sem ligar pra o que os outros gostem. Amo assumir meus gostos sem medo de ser rechaçado. é muito bom ser eu mesmo.

As pessoas. O coisinha complexa. E me, incluí nesse grupo também. As pessoas são realmente muito diferentes, em tudo. E isso que torna o Mundo o que é sabe. Essa diferença. Essa mudança constante. Mas apesar de tudo e de todos, eu ainda acredito no mundo. Acredito no lado bom das pessoas. Acho que elas são sim capazes de fazer o bem, de mudar, de melhorar, de alterar, só depende de uma fina linha que separa a AÇÃO da COMODIDADE.

Sei que ja disse, e repito que quero logo sair dessa adolescência, dessa doença de mil sensações, dessa maldição de mil pesares, de mil reflexões. Mas quanto a essa última eu gosto. Esse lado crítico eu não quero preder. A minha sensibilidade ao mundo e aos sentimentos também não. A minha sensação de liberdade e felicidade nas coisas simples principalmente. Mas acredito profundamente que não vá. Acho que talvez isso não seja coisa de adolescente, que não seja a tal doença. Talvez seja só coisa minha. Só minha.